sábado, 15 de setembro de 2012

Josmar Cappa organizou reunião com membros da International Air Transport Association (IATA) no dia 24-8-2012 em Campinas-SP


                                                       Crédito: Carlos Bassan

A reunião técnica com membros da  IATA foi para discutir o conteúdo do Fórum Internacional sobre Experiências Aeroportuárias: construindo o futuro de Campinas com Viracopos ampliado, que está sendo organizado por Josmar Cappa, Diretor de Desenvolvimento Econômico, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social de Campinas. Trata-se de experiência inédita sobre o assunto, conforme revelou David Stewart, Diretor Mundial da IATA, pela abrangência dos conteúdos que serão debatidos e pelo formado de sua organização.

Além de Stewart e Cappa, estiveram presentes Carlos Ebner, Diretor da IATA Brasil, Susna Pfingstler, Diretora IATA América Latina, José Afonso Bittencourt, Secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Campinas, o Diretor de Relações Internacionais, José Alex, e a Diretora de Turismo, Elsa.

O mencionado fórum será realizado no dia 28 de setembro de 2012 pela Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social e de sua Diretoria de Desenvolvimento Econômico. Além de Stewart, confirmaram presenças Danilo Moreira, Superintendente de Projetos Especiais do Governo de Minas Gerais, Luiz Küster, Diretor Presidente da Concessionária Aeroportos Brasil, responsável pela gestão de Viracopos, e José Mário Caprioli, CEO da Azul/TRIP.

Analisaremos os casos dos aeroportos de Heathrow e Mirabel, além da estratégia de Minas Gerais para utilizar o Aeroporto de Confins como indutor do desenvolvimento regional, ao executar ações entre o governo do Estado, a INFRAERO e os prefeitos da região. Depois, trataremos das perspectivas da ampliação de Viracopos, que poderá tornar-se centro aeroportuário da América Latina ao transportar 80 milhões de passageiros e 1 milhão de toneladas de mercadorias, com três pistas de pouso e decolagem num sítio que passará de 8,34 km² para 25,99 km².

Criaremos sinergias com essas experiências aeroportuárias para antever problemas e soluções, diante do intenso fluxo de passageiros e mercadorias em direção a Viracopos, além dos impactos ambientais inerentes às atividades aeroportuárias e das restrições ao uso e ocupação do solo para assegurar segurança nas operações aéreas. O objetivo é de subsidiar a formulação de políticas públicas de gestão aeroportuária, local e regional, para inserir Viracopos junto à dinâmica urbana e econômica de Campinas de forma compatível com a história de seu desenvolvimento, que desde a sua fundação esteve associada à sua localização geográfica.

LOCAL: Hall - Hotel Vitória (Campinas - SP) - Dia 28 de setembro de 2012

Informações, Reservas, Pré-Credenciamento:

smdes.desenvolvimento@campinas.sp.gov.br

Telefones: 55 - 19 - 2116-0913 ou 2116-0739

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Antes do futuro da Campinas metropolitana

José Nunes Filho* & Josmar Cappa**

A Replan investirá US$ 1,29 bilhão na construção de duas unidades de hidrotratamento de diesel e querosene de aviação. Entre 2013 e 2017, a produção atual de 80 milhões de litros de querosene passará para 180 milhões, especialmente para atender a demanda de Viracopos - VCP.

Em 2007, a demanda por passageiros em VCP era de 117,4 mil. Com as operações da Azul, desde 2008, chegou a 7,5 milhões de passageiros em 2011 e 99,9 mil aeronaves. Quanto à movimentação de mercadorias, VCP ocupava a 6ª posição nacional em importações (US$ 2,6 bilhões) e a 15ª posição em exportações (US$ 560 milhões). Em 2010, passou para a 2ª posição nacional em importações (US$ 13,5 bilhões), e a 14ª posição em exportações (US$ 3,3 bilhões). Em igual período, o Aeroporto de Guarulhos passou da 3ª para a 4ª posição nas importações, e da 7ª para a 9ª posição nas exportações. O Plano Diretor de VCP prevê o transporte de 10,4 milhões de passageiros em 2015 e 113,2 mil aeronaves por ano, podendo chegar a 60 milhões de passageiros e 2 milhões de toneladas de mercadorias a partir de 2025.

A Replan demonstra visão estratégica e sinergia com VCP. Há outros investimentos: 40 aeronaves da Azul; simulador de aviões da TRIP; dois Datas Center’s do Santander; Centro de Operações do Itaú-Unibanco; ZTE com R$ 340 milhões em telecomunicações; Hyundai com R$ 1 bilhão para centro automobilístico; nova unidade da Horiba com R$ 15 milhões; Foxconn com R$ 12 bilhões para nova unidade; distritos industriais em Monte Mor, Vinhedo, Engenheiro Coelho, Nova Odessa e Jaguariúna; terminal intermodal em Indaiatuba; centro logístico de armazenagem em Valinhos; condomínio industrial e pólo de empresas aeronáuticas em Americana.

O desempenho de VCP está relacionado à dinâmica da economia contemporânea organizada em redes de inovação, produção e comercialização no mercado mundial. As grandes empresas intensificaram os fluxos de mercadorias e necessitam de transporte multimodal. Preferem regiões metropolitanas, devido à maior oferta de bens e serviços como mão de obra qualificada, centros de pesquisa e de ensino e as infraestruturas (transporte, energia, telecomunicações e saneamento). Interagem com o Poder Público para eliminar obstáculos nas cadeias produtivas e utilizar infraestruturas de apoio às atividades econômicas.

A agenda de ampliação de VCP está mantida, sobretudo agora com a concessão para o Consórcio Aeroportos Brasil. É preciso integrar VCP à dinâmica urbana da Região de Campinas para evitar deseconomias de aglomeração, obstáculos à mobilidade urbana, perdas de investimentos, emprego, renda, tributos e da qualidade de vida.

Primeiro, é necessário que o Poder Público Municipal introduza uma política de gestão aeroportuária. O intuito é de acompanhar e interagir no processo de ampliação de VCP. As questões aeroportuárias precisam ser contempladas, de forma consistente, no Plano Local da Macrozona 7, considerando-se a dinâmica da economia contemporânea e o respeito ao Estatuto da Cidade.

Segundo, Campinas precisa rever sua legislação urbanística para valorizar seus diferenciais de competitividade regional (localização geográfica estratégica, logística industrial, transporte multimodal, potencial de inovação, conhecimento tecnológico e de serviços), como forma de instituir políticas públicas que qualifiquem seus recursos (humanos, tecnológicos e infraestruturas). Cria melhor oportunidade para endogeneizar processos produtivos e ampliar a geração de valores e técnicas nas cadeias produtivas, com efeitos multiplicadores no emprego, na renda e nos tributos. Supera políticas da metrópole corporativa baseadas em projetos de infraestruturas para atrair empresas. Houve baixa capacidade local de integrar a produção das grandes empresas, que estavam mais inseridas no mercado mundial do que nos mercados locais.

Terceiro, é necessário um Plano de Desenvolvimento Metropolitano para dar eficácia à gestão de políticas públicas regionais e não comprometer projetos estratégicos de desenvolvimento regional. Amplia-se os efeitos multiplicadores do emprego, da renda e dos tributos e gera-se sinergia entre projetos estratégicos e demandas derivadas sem obstáculos ao desenvolvimento local e regional e à qualidade de vida. Temos duas opções: construir a metrópole do futuro ou o futuro da metrópole.
*Diretor Titular CIESP Campinas
**Doutor em Economia, Professor na PUC Campinas. Diretor do COINFRA- CIESP Campinas.